Inteligência Humana e Inteligência Artificial
A Inteligência Humana caracteriza-se por funções psicológicas ou conjuntos de funções graças às quais o organismo se adapta ao seu meio produzindo combinações originais de condutas, adquire e explora conhecimentos novos e, eventualmente, raciocina e resolve os problemas de uma maneira conforme às regras destacadas pelas formalizações da lógica. Dito por outras palavras, a inteligência é um conjunto de funções que o homem inatamente possui que ao longo da vida vai desenvolvendo e crescendo, que o ajudam a adaptar-se ao meio em que vive bem como a tomar decisões e a escolher perante os obstáculos que se apresentam. O raciocínio, a memória, a linguagem e a emoções são componentes da inteligência humana, sem os quais o humano não se tornaria autônomo e apto a sobreviver.
A Inteligência Artificial por seu lado é uma nova ciência, que “bebe” teorias tanto da informática como das experiências da psicologia cognitiva, tendo como objetivo geral reproduzir por meio de máquinas, nomeadamente computadores, atividades humanas qualificadas como inteligentes. Cabe assim à inteligência artificial o tratamento de informações simbólicas não numéricas utilizando heurísticos, a resolução geral de problemas, o reconhecimento de formas e o reconhecimento automático da linguagem natural. De fato, a inteligência artificial assemelha-se em muitas coisas à inteligência humana, pois outros dos seus domínios é o desenvolvimento de sistemas à base de representação de conhecimento e a modelização de raciocínios. Assim, tal como a inteligência humana, também a inteligência artificial utiliza o raciocínio lógico, a memória e a linguagem, mas falta-lhe um componente bastante importante da inteligência humana, a emoção.
Esta por sua vez é fator principal da inteligência humana, pois não é à toa que se fala cada vez menos de Q.I. (coeficiente de inteligência) e mais de Q.E. (coeficiente emocional). Pode parecer que a emoção nada tem que ver com inteligência, mas tem e muito. No âmbito da psicologia a capacidade adaptativa do ser humano, é doseada pela inteligência e pela emoção, se um indivíduo for demasiado racional a sua adaptação ao meio social torna-se mais difícil, pois todas as suas ações e comportamentos estão condicionados por uma avaliação lógica e fria, por outro lado se esse mesmo indivíduo for demasiado emocional, também condiciona a sua capacidade adaptativa, pois este passa a dar muita importância aos seus sentimentos e menos importância à razão, o que o torna mais fraco e frágil. De fato ser inteligente é ser capaz de se adaptar a qualquer situação ou meio ambiente, e para isso é necessário saber articular a razão e a emoção.
Hoje em dia, a disciplina da inteligência artificial que estuda as semelhanças entre a vida artificial e a vida humana, é a robótica, ou seja, é a ciência que estuda a maneira pela qual as máquinas inteligentes poderão interagir (fisicamente) com o mundo real e com os humanos.
Principais ramos da Inteligência Artificial
IA é um amplo campo que inclui diversas áreas de especialização, como sistemas especialistas, robótica, sistemas de visão, processamento de linguagem natural, sistemas de aprendizado e redes neurais. Essas áreas se relacionam, assim, quando avanços ocorrem em uma, podem decorrer a resultados ou avanços em outras.
Sistemas Especialistas
Um Sistema de Inteligência Artificial criado para resolver problemas em um determinado domínio (área de interesse específico para as quais podemos desenhar um sistema de IA) cujo conhecimento utilizado é fornecido por pessoas que são especialistas naquele domínio, é denominado Sistema Especialista.
Esses sistemas usam representação de conhecimento ou perícia humana num domínio particular de forma a executar funções semelhantes às de um especialista, e este conhecimento é representado por algum formalismo para representação do conhecimento. O sistema especialista é “informado” sobre as características do problema e decide, durante o processamento, qual o caminho mais provável de conter a solução. Uma das principais aplicações para os sistemas especialistas são os sistemas de diagnóstico. Esses sistemas são capazes de deduzir possíveis problemas a partir de observações ou sintomas.
A arquitetura de um sistema especialista é dividida por dois componentes básicos: um banco de informações que contenha todo o conhecimento relevante sobre o problema de uma forma organizada (base de conhecimento); um conjunto de métodos inteligentes de manipulação destes conhecimentos, os mecanismos de inferência. Apesar das limitações das máquinas, é possível a construção de sistemas especialistas com alto grau de desempenho, dependendo da complexidade de sua estrutura e do grau de abrangência desejado, sendo a arquitetura mais comum a que envolve regras de produção.
Robótica
A palavra robô vem do checo robota que significa, trabalho forçado (escravo). Essa denominação surgiu a partir dos primeiros mecanismos industriais capazes de imitar movimentos naturais conhecidos como robôs de primeira geração, em que se limitava a realizar apenas tarefas simples e repetitivas. Com o evoluir dos tempos, foram criadas gerações com novos recursos e com maior facilidade de adaptação às variações do ambiente.
No campo da inteligência, o desenvolvimento da robótica, parte da busca de uma geração capaz de tomar decisões de acordo com as circunstâncias, isto é, preocupa-se com o objetivo de transformar o automático em autônomo.
Assim, a inteligência artificial contribuiu para a concepção do robô ideal, como sendo um agente inteligente, ou seja, componente de hardware e/ou software capaz de agir em conformidade com eventuais instruções pré-definidas, fornecidas pelo utilizador, de modo a executar determinadas tarefas, sendo capaz de raciocinar, de acordo com o modelo do mundo e o problema a ser solucionado; dotado de uma capacidade de introspecção em que pode examinar os processos do seu pensamento, de conhecer aquilo que sabe e o que não sabe anotando a diferença entre ambos; possuidor de um conhecimento geral sobre o seu mundo e conhecimento específico sobre determinados problemas; regido por regras ou outras formas racionais de organizar sua tomada de decisão; analisar a tarefa ou o problema, ponderar soluções, planear ações para solucionar o problema, e testá-las tendo em conta a escolha dentro das várias opções; funcionar em tempo e mundo real tal como os humanos e por último saber avaliar quais as ações que o ajudaram ou não a atingir determinado objetivo.
Contudo esta idealização do robô perfeito só ainda é em teoria, pois na prática os robôs atuais não conseguiram cumprir todas estas regras. Um grande computador atual pode processar bilhões de cálculos em segundos, mas não consegue interpretar uma piada que até uma criança de quatro anos entenderia, sobretudo, na natureza, onde as informações normalmente surgem de forma inesperada, ilógica ou irracional.
Mas mais uma vez, a inteligência artificial, pensa apenas em criar um robô, ou seja, um escravo, tal como a raiz da palavra indica, criar um agente que esteja sempre pronto a substituir o homem nas tarefas mais complexas e repetitivas, sem qualquer sentimento ou emoção.